skip to Main Content
Vida Financeira E Emoção: Uma Combinação Cheia De Altos E Baixos

Vida financeira e emoção: uma combinação cheia de altos e baixos

Saiba como evitar que a emoção e gastos por impulso tirem o equilíbrio do seu orçamento doméstico e das suas economias

Quem nunca se perguntou por que não consegue fazer funcionar todo aquele planejamento lindo feito em planilhas? Na calculadora dava tudo certo, mas no dia a dia a história acaba sendo bem diferente.

As razões para um planejamento financeiro desandar são muitas, por exemplo, falta de disciplina e desorganização, como o esquecimento de considerar gastos importantes que, lá no fim do mês, faz com que as contas não fechem e as previsões sejam furadas.

Mas isso é muito fácil de resolver! Aqui mesmo no blog da DM temos diversas dicas na seção “Papo de Finanças”. Seja para quem está começando a aprender e a se planejar agora ou para aquelas famílias que já tem essa tradição em casa. 😉

Por outro lado, existe algo que também atrapalha o sucesso dos nossos planos e orçamentos, que são nossas emoções. Um fator que não conseguimos mensurar e controlar de forma precisa como fazemos com os números em nossas planilhas.

Comportamento de consumo e as raízes emocionais

Nossa mente emite estímulos, e as respostas a esses estímulos são a forma como a gente se comporta. Eles podem ser racionais (quando refletimos a respeito de algo e colocamos na balança o que é melhor para nós) ou emocionais (agindo de forma impulsiva e sem pensar nas consequências.)

De forma figurada, é como se o comportamento racional fosse guiado pela cabeça e no comportamento emocional quem mandasse seria o coração.

E não tem como a gente decidir que em algum momento vai ser racional ou emocional. Na verdade, como seres humanos, sempre teremos um pouquinho de cada um em uma cada decisão, as vezes mais para um lado e as vezes para o outro.

Isso significa que a emoção, pode entrar em cena a qualquer momento, inclusive quando estamos tratando de dinheiro, e aí é que mora o perigo!

Compras por impulso

Quem nunca gastou um dinheirinho – que talvez nem tivesse, entrando no crédito e fazendo dívidas – num momento de impulso, que atire a primeira pedra, não é mesmo?

Imagina que você chegou ao supermercado para comprar apenas os ingredientes que faltam para o almoço, uma visita rápida.

De repente, você vê, o anúncio de uma promoção imperdível, o famoso “só hoje”, muitas vezes de um item caro. Quando você se dá conta, ele já está dentro do seu carrinho e passando pelo caixa.

Pronto, você fez uma compra por impulso se deixando guiar pela emoção.

O que dizem sobre as emoções aqueles que trabalham com dinheiro

Nós tivemos curiosidade de saber qual o ponto de vista sobre a influência da emoção nas finanças de um profissional que vive de controlar o entra e sai do dinheiro em seu trabalho e como lidam com as compras motivadas pela emoção em casa.

Fabio Kobayashi (Coordenador de Tesouraria da DM)

“Muitas pessoas realizam compras por impulsos que podem ser motivadas pela busca de prazer imediato ou como forma de lidar com sentimentos negativos, como estresse ou tristeza, e normalmente são esses sentimentos que aumentam as chances de gastarmos sem planejamento nenhum e, depois, ter que arcar com dívidas que não estavam programadas.

Essas dívidas imprevistas podem acabar virando uma bola de neve pois não estavam programadas, por isso é de suma importância planejar e se manter focado no controle do orçamento.

Uma experiência pessoal foi com a minha filha, atualmente ela tem nove anos, mas quando ela tinha uns sete, perguntei se ela queria um chocolate hoje ou dois chocolates daqui há 30 dias.

Expliquei como ela poderia ter dois chocolates no futuro, mas teria o “sacrifício” de não ter o chocolate naquele momento. E ela acabou optando pelos dois chocolates um mês depois, para minha felicidade.”

Diferentes emoções e um mesmo resultado: gasto por impulso

Para que você possa entender melhor e, assim, ter mais formas de se proteger, vamos te contar quais tipos de emoção nos levam até aquele momento de finalizar a compra.

Ganância

“Se eu comprar agora, ganharei algo em troca”.

Quem nunca foi com uma criança em alguma dessas lanchonetes famosas que oferecem opções infantis no menu que acompanham algum tipo de brinquedo, muitas vezes de personagens muito famosos.

A criança nem come o sanduíche pois está toda feliz com o “presente” que, depois, pode até ficar esquecido num canto da casa.

E a ganância não se limita apenas a ganharmos algo, ela também acontece quando acreditamos que estamos economizando. O problema é que, realmente, pode até ser que o preço estava mais barato que o normal. Mas será que eu preciso mesmo daquele produto, seja caro ou barato.

Medo

“Se eu não comprar agora, não terei outra oportunidade ou serei penalizado”.

O medo é o grande campeão das estratégias, afinal, aquela promoção imperdível tem um enorme aviso de “só hoje”. E a preocupação de perder a oportunidade é tanta que você acaba comprando o que não precisava e, assim, gastando mais do que estava planejado.

Nas lojas online isso também é uma realidade muito presente, principalmente quando somos fisgados por anúncios das redes sociais. Entramos em páginas que colocam bem grande uma contagem regressiva de alguns minutos. E você se desespera, afinal, o prazo para “aproveitar a oportunidade” está acabando.

Altruísmo

“Se eu comprar agora estarei fazendo uma boa ação ou ajudando alguém”.

Você está na loja comprando uma calça, a vendedora diz que precisa bater a meta do dia e que se você levasse o cinto e as meias poderia ajudá-la. Claro, você fica com pena, seu lado altruísta toma à frente e você decide fazer a boa ação do dia ali.

No exemplo acima, não há nenhum tipo de ação de solidariedade envolvida. Mas, às vezes, até isso utilizam para nos convencer.

Inveja

“Se eu não comprar agora não estarei igual aos outros ou não terei antes dos outros”.

Muitas pessoas sentem a necessidade de ter o mesmo produto que as outras pessoas têm e vão atrás de determinado item, não importa o preço ou se existe uma real necessidade.

O impulso de querer o mesmo que todo mundo também pode ser chamado de “comportamento de rebanho”, você se deixa levar pelo grupo e nem percebe, quando viu já está pagando a conta.

E essa compra fica ainda mais impulsiva quando o desejo não é apenas ter algo igual ao que o outro tem, mas ter antes de todo mundo, pagando até mais caro para isso.

Orgulho

“Se eu não comprar agora, não poderei divulgar a minha descoberta imperdível”.

Algumas vezes, temos um sentimento de orgulho ao comprar algo. Na verdade, o sentimento já começa antes da compra efetivamente, pois é uma emoção que vai nos estimular a consumir. Afinal, as pessoas saberão como “somos mais antenados” às novidades do que outros.

O orgulho também entra em cena quando compramos algo apenas para provar para outros que podemos, como demonstração de poder. Por exemplo, se eu saio em busca de um carro mais caro que o do vizinho, sendo que qualquer outro já atenderia perfeitamente minha necessidade de locomoção.

Vergonha

“Se eu não comprar agora vou parecer estúpido por não ter aproveitado”.

A vergonha dá uma bagunçada em nossa vida financeira de duas formas. A primeira delas é não queremos parecer desinformados por não ter aproveitado uma oferta, ou parecer que não entendemos direito uma promoção que, dizem, ser “imperdível”.

A outra forma tem muito a ver com o perfil das pessoas tímidas e pode ser que você se identifique.

Por exemplo, o cliente entra na loja de roupas e experimenta um montão de coisas e nada fica bem, não gosta de nenhuma peça. Então, começa a ficar morrendo de vergonha de sair de lá sem comprar nada, afinal, deu um “trabalhão” para o atendente e o atrapalhou de fazer outras vendas. “O que ele vai pensar de mim?”.

Resultado, lá vai o cliente saindo da loja com uma sacola, dentro da qual está uma ou mais peças de roupa que ele não gosta e nunca vai usar, só pra não ficar “sem graça” com o vendedor.

Recomendações de especialista

Conversamos com Cecilia Maria Darrigo (Coordenadora de Modelagem de Crédito II), nossa colega aqui na DM e que já é veterana em colaborações aqui no blog. Aproveitamos para recomendar a leitura de outra postagem na qual ela nos orienta sobre como cuidar da nossa vida financeira de forma bem simples e didática: “Primeiros passos para você cuidar bem do seu dinheiro”.

Como lidar com essas emoções

Abaixo, Cecília compartilha experiências próprias e recomendações:

“Segundo especialistas, existem estratégias e atitudes que podemos adotar para evitar decisões precipitadas e, consequentemente, evitar perdas financeiras significativas.

Uma vez, quando eu trabalhava com consultoria financeira, atendi uma senhora que tinha R$ 800 mil investidos e ela adorava comprar consórcio de carros.

Expliquei a ela o quanto de juros ela estava pagando e que, como ela tinha recursos, ela poderia pagar à vista e evitar essa “perda financeira pagando juros”.

Ela me explicou que ter a “rotina” de pagar o consórcio fazia com que ela se sentisse bem e ativa, então, eu entendi que era muito mais um viés de comportamento do que uma atitude racional.

Um conteúdo como este aqui no blog é muito importante, pois entender como nossas emoções afetam nossas decisões pode nos ajudar a tomar decisões mais racionais e informadas.

Isso aumenta, até mesmo, as chances de sucesso para quem investe no mercado financeiro.

Ao combinar análise racional com autoconhecimento, é possível tomar decisões mais equilibradas e alcançar objetivos financeiros de longo prazo 😊

Dicas valiosas

Nós também pedimos para os nossos dois convidados listarem dicas breves, aquelas que valem ouro e devem entrar de vez para nossa rotina.

Dicas do Fábio

  • Inclua o controle financeiro na sua rotina;
  • Entenda e controle as compras por impulso;
  • Enxergue o dinheiro de um novo ponto de vista;
  • Invista em educação financeira;
  • Pense no seu “eu futuro”;
  • Visualize seus objetivos;
  • Cuidado com as influências externas;
  • Encare o dinheiro como um meio para alcançar objetivos.

Dicas da Cecilia para quem investe

Emoções também atrapalham muito os retornos financeiros de quem investe seu dinheiro, principalmente no mercado de ações com suas oscilações que deixam as pessoas ansiosas e nervosas. É o seu caso? Então, veja só:

  • Conheça nosso perfil de risco: saber quanto risco você está disposto a assumir pode ajudar a evitar decisões precipitadas.
  • Diversificação: construir um portfólio diversificado ajuda a reduzir o impacto de perdas em um único ativo.
  • Seja paciente: o mercado financeiro é volátil, e é importante ter paciência para alcançar seus objetivos de investimento

Agora é só respirar fundo, não se deixar levar pelas emoções e pense bastante antes de fazer um gasto que está em dúvida ou que não estava previsto no seu orçamento, ou se estiver pensando em fazer um investimento mais arriscado.

E para outras dicas legais como esta, não deixe de visitar sempre a gente aqui no blog e de nos seguir nas redes sociais no Instagram, no TikTok ou no Facebook.

Back To Top
×Close search
Buscar